domingo, 11 de junho de 2017

Cada um de nós


Cada um de nós

Cada um de nós, a parte e intimamente,
reconhece-se espírito em trânsito na Terra.
Intui que o corpo serve-lhe de veste, sente
que o que aqui se vive um objetivo encerra.

Cada um de nós, a parte e solitariamente,
pensa na razão das aflições e do seu sentido.
Abraça-se a uma religião, um ideal, contente:
a explicação cabal sobre o que se há vivido.

Cada um de nós, a parte, seja ateu ou crente,
aceita que se nasce aqui, e alhures se nasce.
Que poderia ter nascido na Ásia, depreende
que as suas ideias difeririam assim de face.

Cada um de nós, a parte e individualmente,
respira em torno das ideias as quais alcança.
E vive de acordo com elas, presuntivamente,
na medida em que às expectativas se lança.

Cada um de nós, a parte e singularmente,
pode muito bem ser tido por um Universo;
projeto extraordinário expandindo à frente,
espírito incomparável, num corpo, imerso.

Rogério Mota, 11/6/2017


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