Marginal
Entregue
à suposta importância do ter
ou do êxtase rutilante à garra psicotrópica
do álcool, da droga... do egoísmo, do orgulho...
Entregue
ao gosto pelo marginar...
um mendigo com seus peculiares trapos malcheirosos,
a cujo odor se acostumou
(visguenta aura que o reveste).
Entregue
ao falso poder de matar corpos,
acreditando exterminar o espírito (o próprio e o alheio);
ofício dum falsídico deus em desalinho constante.
Fendido.
Entregue
ao estrugir infernal
num estranho silêncio com estrondos internos.
Quebrado.
Mais que ferido.
Num ocaso dantes subestimado.
[...]
Aderirá o marginal à Lei,
à plenitude de Ser e de Amar,
à lucidez, que é a sua condição verdadeira;
empós a sua cura sob o camartelo do tempo,
à luz da misericórdia de Deus e dos seus prepostos,
voluntariamente.
Rogério Mota, 2/5/2017
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