terça-feira, 30 de maio de 2017

sábado, 20 de maio de 2017

O orgulho n'alma


O orgulho n'alma

Engodo estranho a que a alma se sujeita,
o iludir-se e superestimar-se a todo custo;
abstrair o senso próprio, afrontar o justo
e seguir com a vida, com a escolha feita.

Crimes que se desenham aos poucos, sim...
a partir da permissividade que lhe brota,
em adaptações perigosas a que, outrossim,
enlamenham-na, obstruindo-lhe a rota...

...

A Lei de Deus nos aguarda a ação decisória,
e nos oferece a enchança à nova retomada,
permite-nos a decisão da melhor trajetória,
escolhas intra-alma à auto-arbitragem azada.

... existe um desiderato que lhe é natural,
essência sob a espessa casca da rebeldia.
O seu orgulho se dissolverá, e todo o mal
se converterá no Sumo Bem, à galhardia.

Rogério Mota, 20/5/2017

sábado, 6 de maio de 2017

Texto sent(ido)


Texto sent(ido)

Não ditarei teus afazeres.
Quê? Já o faço sem querer.
Dizer se diz ditos, dizeres...
Império de vozes a se crer.

Redijo a seco o meu discurso,
desemocionado inteiramente.
Quê? Emoção é o que dá pulso
ao que sai, fresco, cá da mente.

Sinto o que escrevo e te dou.
Receba, consoante o queira.
Atenta, consente, rejeita ou
sinta apenas, vem, te abeira! 

Rogério Mota, 6/5/2017

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Capricha na educação do petiz


Indicações líricas


Indicações líricas

Disponha primeiramente 
as palavras em fila, 
todas miudinhas 
e devidamente espaçadas,
mas sem a pele das pontuações.

Entronize-as com o sal da inspiração, 
relaxadamente,
prevenido-se da invasão 
de pensamentos prévios.

Conversa com elas 
e procura (re)conhecê-las,
sedimentando o companheirismo. 
(A fidelidade conquistada 
resultará no alicerce de uma felicidade 
indescritível.)

Empós, de tanto lidares com elas, 
te transformarás numa delas
e te flagarás brincando junto, 
compondo versos originais, 
lúdica e descompromissadamente.

Nestes momentos primeiros
não te importam supostos leitores, 
nem reconhecimentos,
muito menos leiautes e publicações,
por mais belos que se possam projetar,
pois o prêmio todo já fora dado
naquela gênese invisível e anônima
na plenificação num instante, 
no gozo que só alma sabe.

[...]
Mais tarde, quem sabe?!...
uma exposição intertextual
(que seja em livro, blog, declamação...)
aos "olhos" de quem queira
igualmente se encarnar em palavras,
no ócio bendito
do compartilhamento entr'almas...

A essa altura não atrapalhariam
um pouco da ornamentação gramatical
e os miúdos cuidados ortográficos,
conforme o caso e a necessidade,
de acordo com a habilidade...

sem esquecer (é claro) de estar solto, 
a bom respiro.

Rogério Mota, 4/5/2017

terça-feira, 2 de maio de 2017

Marginal



Marginal

Entregue 
à suposta importância do ter
ou do êxtase rutilante à garra psicotrópica
do álcool, da droga... do egoísmo, do orgulho...

Entregue 
ao gosto pelo marginar...
um mendigo com seus peculiares trapos malcheirosos,
a cujo odor se acostumou 
(visguenta aura que o reveste).

Entregue 
ao falso poder de matar corpos,
acreditando exterminar o espírito (o próprio e o alheio);
ofício dum falsídico deus em desalinho constante.

Fendido.

Entregue 
ao estrugir infernal
num estranho silêncio com estrondos internos.

Quebrado. 
Mais que ferido. 
Num ocaso dantes subestimado.

[...]

Aderirá o marginal à Lei,
à plenitude de Ser e de Amar,
à lucidez, que é a sua condição verdadeira;

empós a sua cura sob o camartelo do tempo,
à luz da misericórdia de Deus e dos seus prepostos,

voluntariamente.

Rogério Mota, 2/5/2017

Violência


A violência nos consome virulenta
no vazio com que a alma segue lenta
na tristeza incendiária da esperança
sob o laço do consumo, sua ensancha.

A vida vale o tanto, o nada do engano;
cálculo com que não lida o ego insano,
a visto dum rebelde líder em sombra;
inspiração em resquícios, à paz, contra.

O materialismo à par do passo torto
do verme-homem, ora em vida morto;
à cata da ilusão com que encher o oco;
estigma da sede (vazio de Deus) sufoco.

Rogério Mota, 2/5/2017

Violência em Nova Iguaçu



A violência ora estruge lá fora
a tiros de metralha no Paraíso,
e Rosas dos Ventos se demora
com os mesmos tiros por aviso.

Miguel Couto, Posse, Caiçara,
Cabuçu, Centro, Santa Eugênia...
Unamo-nos, NI, em feixe de vara
à construção da paz, data vênia.

Cuida do seu lar, a peça prima
do município que nos alberga,
e a violência que nos encima
não nos verá de porta aberta.

Espanta a sombra do menino,
petiz iguaçuano, ave implume.
Você pai/mãe... traçará destino
ao futuro de paz em bom lume.

Rogério Mota, 2/5/2017

Cultivo