Luz penetrante e aguda
a pôr em claro
meu escárnio de fera
Transparência incômoda
inescapável claridade
Inferno estranho
de luz que não se apaga
expondo minhas taras
meus segredos
todos os meus movimentos
por mais que eu corra
Minh'alma...
uma constrangedora casa de vidro
A sombra não entra
e eu não me saio
atado a essa odiosa cintilação
Caio espancado pela culpa
sob a lupa dos meus próprios olhos
desmesuradamente abertos
e lúcidos
Impossível não me ver.
Rogério Mota, 2/6/2018
Inspirado em "O castigo pela luz", O Céu e o Inferno: Allan Kardec.
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